sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Como os pais devem superar a deficiência e buscar o melhor para seus filhos.


Como pais devem superar a deficiência e buscar o melhor para seus filhos

Não antecipe problemas
Até o momento em que a família soube que o bebê teria alguma deficiência, a chegada do novo integrante estava cercada de expectativa. Agora, é preciso aceitar a realidade e abandonar as projeções feitas antes e que não foram correspondidas. Se a mãe gostaria muito de ter um filho loiro e de olhos azuis, mas ele nasceu com olhos e cabelos castanhos, ela precisa rejeitar a expectativa criada. Os pais podem não ter preconceito com os portadores de Síndrome de Down, por exemplo, mas em relação à imagem que tinham deles até então. A reação depende muito dos referenciais de cada um. Logo se criam compensações.

O apoio psicológico é importante. Mães e pais precisam de ajuda especializada para expor medos, angústias e sentimentos de culpa. A criança que nasce com alguma doença séria ou deficiência força a família a passar por um período de luto. Por luto entende-se não somente a reação vivenciada diante da perda de um ser amado, mas também as manifestações ocorridas por outras perdas significativas. O luto pelo nascimento da criança que não corresponde às expectativas criadas durante a gravidez passa por várias fases. Primeiro, a família recebe a notícia e precisa lidar com as novas informações. Com o diagnóstico feito pelos médicos, você saberá o que seu filho tem. Mas evite fazer e aceitar prognósticos - previsões acerca da evolução do problema. Existem casos singulares. É natural sentir raiva e desespero. Depois de se permitir passar por isso, você será capaz de organizar melhor suas emoções.

A família deve aprender a perceber as qualidades da criança ao olhar para ela. O período de luto varia de acordo com cada pessoa, além de sua estrutura psíquica, social e intelectual e experiência de vida também influenciarem. Pode ter uma pequena duração ou se estender por um período maior.

Os pais precisam relaxar, aguardar o tempo necessário para a assimilação e então conviver bem com esta condição. As informações precisam ser absorvidas intelectual e emocionalmente. É comum o sentimento de luta e fuga frente a uma situação desconhecida ou assustadora; não se trata necessariamente de negação da criança.

Você precisa assimilar o fato de que não deu à luz o bebê sonhado, saudável e sem limitações físicas ou cognitivas. Não projete o futuro da criança ou tente antecipar tudo que está por acontecer, como uma vida inteira de dedicação a um filho doente.

Outra das fases que compõem o período de luto é a da busca pelos culpados ou responsáveis. A mãe e o pai se questionam sobre o que podem ter feito de errado para que tudo isso acontecesse - primeiro culpam eles próprios, depois o outro. Trata-se de um processo de difícil entendimento, e as mais absurdas hipóteses podem ser consideradas. O casal está vivendo um momento estressante e precisa de ajuda para lidar com a situação - seja de familiares e amigos mais próximos ou de um especialista.

O momento de intenso estresse pode influenciá-lo de duas maneiras distintas - você pode se fortalecer e buscar opções construtivas ou se fechar. Se você resiste à sugestão de procurar um terapeuta, pense que pode ser produtivo como um tratamento pontual, apenas para esta questão. Será importante para toda a família.

A tristeza e o desamparo dos pais, principalmente da mãe, não podem prejudicar a assistência ao bebê. A ajuda de familiares e amigos é essencial nessa hora. É preciso evitar críticas ao comportamento da família e respeitar as dificuldades, que todos ainda estão se adaptando às novidades.

Pense nas demonstrações feitas pelos comissários de bordo em aviões: se for preciso utilizar as máscaras de oxigênio, você deve primeiro colocá-la em você para depois ajudar os demais. O procedimento é o mesmo se você tiver filhos que precisam tomar conhecimento das condições do irmão recém-nascido. Pai e mãe restabelecem-se do choque primeiro para depois poderem atender bem os demais integrantes da família.
Texto adaptado para divulgação no site do Instituto Indianópolis
Fonte: Rede Saci | Jornal Zero Hora | Larissa Roso

Nenhum comentário:

Postar um comentário